quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Credos do meu ser imperfeito

Quisera eu ficar contente
Mas vieste tu de ignorância em punho
Fazendo de mim tua mártir...
Sangra-me do teu veneno,
Limpa minh'alma da dor que lateja
dentro de mim.
Expulsa teu demónio dos meus pensamentos!
Não me deixes vacilar, corpo.
Mantenho pensamentos firmes
A tua ignorância segura os meus pulsos
fazendo brotar sangue.
Nem com os meus gritos
me deixas ir.
Liberta-me por não ser tua
não faças de mim teu escudo
no mundo que tu próprio criaste.
Liberta-me!
Outrora fui tua (não sei o quê) mas fui.
Agora não que não me falas,
que me evitas,
deixa-me voar para o meu próprio mundo.
Que as lágrimas lavem as minhas feridas
e que a minha dor seque a maldade que em mim incutiste...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Desabafos lentos (da minha confusão interior)

Crimes de consciência,
Cabeças sem orientação.
Palavras descoordenadas,
Olhos cheios de lágrimas que são tuas, ó Criador!

Quantas vezes choraste por mim?
Quantas noites sentiste que não valiam a pena
por não te tinha a meu lado?
Quantas palavras de carinho me deste?

Questões,questões e mais questões.
Abalaste a minha segurança
Mexeste no meu ser emocional
Deixaste-me a um canto

Palavras de uma conversa vazia
Que só me fazem pensar
Os olhos querem ver aquilo que tu me ocultas
As sombras que se escondem por detrás de ti, ó Tu que tanto sabes!

Esquecer o vazio não é tapá-lo com memórias de coisas inexistentes
A confusão se gere dentro de mim como um filho no meu ventre
Tiraste a cor das minhas palavras e dos meus sonhos
Tornaste-me num ser monocromático.

Só tu tens o poder de mudar aquilo que sinto.
Solidão, meu vazio embriagado por palavras vãs.
Meu templo de ruínas.
Minha eterna perdição de moral.

Corpo ressentido dos teus silêncios
Abafam a dor nas minhas lágrimas.
Teu sossego obtuso
Minha paz d'alma perdi por ti, meu ser tão amado.

sábado, 4 de agosto de 2007

Skin Cut

Meus cabelos ondulados,
Minha face de boneca de porcelana,
Meu coração pálido de emoções,
Cheio de palavras vazias.

Meu sangue de pedras vermelho
Que me cortas por dentro.
Circulação frenética de adrenalina.
Peso do duro crânio.


Minha dor latejante.
Meu sonho de amor.
Minha voz perdida
D'uma garganta inflamada


Cortas-me as palavras.
Beijas-me com lábios de navalha,
Cravas o meu coração com dedos aguçados,
Fazes amor comigo como se fodesses com uma puta!


Olhas-me nos olhos e beijas-me na testa
Soltas um sorriso e dizes que me adoras.
As tuas palavras soam a traição
Bem como aquele orgasmo fingido.


Mordes-me no lábio(agora ensanguentado)
Dizendo que mo queres chupar.
Falas palavras distorcidas.
Fizeste um pacto de juras de amor eterno.


Lambuzaste no meu tenro corpo.
Chamas-me de "tua ninfa".
Trazes empunhado um punhal.
Queres que pactue aquele maldito sentimento...


Não quero ter-te só para me foderes!
Não quero ser usada para os teus rituais!
Quero que me ames tal como te amei.
Quero ter-te para sempre,meu eterno amado.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

No time to sleep

O vazio deste meu canto espalhou-se juntamente com os vidros do meu espelho.
Que raio de imagem é aquela que está ali reflectida à minha frente?
Não conheço aquele rosto.
Vejo muita luz (quero descansar.estou cheia de sono!).
"Fechem o raio da janela!"-digo eu.
Estou farta desta luz que me fere os olhos.
Quero fechar-me nos meus segredos,beber as minhas palavras,mergulhar no mundo dos sonhos e ver que não estou ali (sozinha).
Fecho os olhos (com esperanças de adormecer e ter o tão desejado descanso) mas ouço o tic tac tic tac do meu relógio, os passos na madeira do chão da sala...aquilo incomoda-me.
"Que raiva!
Estou farta de barulho.Farta!
Quero dormir!Será que não posso? "
Bato a porta do meu quarto com força.
Deito-me mas não consigo dormir.
Ando às voltas (na cama), luto com a almofada como se ela fosse a culpada daquela minha inquietude.
Levanto-me , bem devagar -( andando em bicos de pés para não me magoar muito nos vidros espalhados pelo chão), escoriando os meus pés com pequenos golpes, desço as escadas em direcção ao bar e tiro da prateleira uma garrafa de wisky.
De regresso ao quarto reparo nas marcas de sangue que deixei pelo caminho.
Bebi meia garrafa e fiquei meio desmaiada em cima da cama, com a garrafa na mão.
Ouço, ao longe, vozes familiares e de súbito um mexer inquietantes na fechadura da porta do meu quarto.Eram os meus pais.
Quando me viram ensaguentada, com uma garrafa de wisky na mão e sem sentidos pensaram que me tinha suicidado.
Foi o maior susto das suas vidas!