quinta-feira, 2 de agosto de 2007

No time to sleep

O vazio deste meu canto espalhou-se juntamente com os vidros do meu espelho.
Que raio de imagem é aquela que está ali reflectida à minha frente?
Não conheço aquele rosto.
Vejo muita luz (quero descansar.estou cheia de sono!).
"Fechem o raio da janela!"-digo eu.
Estou farta desta luz que me fere os olhos.
Quero fechar-me nos meus segredos,beber as minhas palavras,mergulhar no mundo dos sonhos e ver que não estou ali (sozinha).
Fecho os olhos (com esperanças de adormecer e ter o tão desejado descanso) mas ouço o tic tac tic tac do meu relógio, os passos na madeira do chão da sala...aquilo incomoda-me.
"Que raiva!
Estou farta de barulho.Farta!
Quero dormir!Será que não posso? "
Bato a porta do meu quarto com força.
Deito-me mas não consigo dormir.
Ando às voltas (na cama), luto com a almofada como se ela fosse a culpada daquela minha inquietude.
Levanto-me , bem devagar -( andando em bicos de pés para não me magoar muito nos vidros espalhados pelo chão), escoriando os meus pés com pequenos golpes, desço as escadas em direcção ao bar e tiro da prateleira uma garrafa de wisky.
De regresso ao quarto reparo nas marcas de sangue que deixei pelo caminho.
Bebi meia garrafa e fiquei meio desmaiada em cima da cama, com a garrafa na mão.
Ouço, ao longe, vozes familiares e de súbito um mexer inquietantes na fechadura da porta do meu quarto.Eram os meus pais.
Quando me viram ensaguentada, com uma garrafa de wisky na mão e sem sentidos pensaram que me tinha suicidado.
Foi o maior susto das suas vidas!

1 comentário: